quinta-feira, 8 de maio de 2008

3 mil pessoas na Sé

Cerca de 3 mil pessoas ocuparam a praça da Sé nesta quinta-feira para celebrar a luta dos trabalhadores neste 1º de Maio. Convocado por diversos movimentos populares, pastorais, por organizações como Intersindical e Conlutas, e partidos como o PSOL, PCB e PSTU, o “1º de Maio de Luta” reinvidicou emprego, terra, moradia e direitos sociais. No centro de São Paulo, professores, metalúrgicos, trabalhadores da saúde, agricultores, estudantes reafirmaram o 1º de Maio como um dia de resistência contra a exploração do capital e criticaram as centrais sindicais que se renderam à burguesia e comemoram a data com shows e sorteios de carros e casas.

“Precisamos reorganizar o movimento sindical combativo. As centrais sindicais, encabeçadas por CUT e Força Sindical, se dividem só na questão geográfica. Juntas têm o objetivo de comemorar o imposto sindical e alienar a classe trabalhadora através de shows patrocinados por patrões e banqueiros”, afirmou Pedro Paulo, da Chapa Oposição Unificada da Apeoesp e da coordenação nacional da Intersindical. Para a organização, é necessário construir um novo instrumento para a classe trabalhadora, aprofundando o debate de estratégia da luta sindical.

“CUT e Força Sindical fingem que lutam pela redução da jornada de trabalho, mas se aliam ao governo para reduzir os impostos pagos pelas empresas. A despeito do apoio que tem, Lula continua governando para o ricos, através da desoneração da folha de pagamento e da diminuição dos impostos, sacrificando a previdência e os direitos dos trabalhadores”, acrescentou José Maria de Almeida, da Conlutas. Zé Maria denunciou a repressão promovida pelas tropas brasileiras no Haiti, que proibiram a população de ir às ruas se manifestar neste 1º de Maio.

Para o deputado Ivan Valente, que discursou no ato representando o PSOL, o povo brasileiro não deve se contentar com os migalhas do governo Lula, como o Pro-Uni e o Bolsa Família. Ele defendeu a suspensão do pagamento da dívida pública, que já consumiu mais de 850 bilhões de reais nos últimos cinco anos, e uma reforma tributária que taxe os ricos e o grande capital.

“É preciso taxar a propriedade e as grandes fortunas, e não a renda e o consumo. O Brasil agora é tido como um país seguro para os investidores e banqueiros. Mas enquanto isso, enquanto não sai a reforma agrária e urbana, onde está o nosso povo? Isso só virá com a organização e resistência de todos os trabalhadores”, afirmou Ivan Valente.

O deputado saudou a luta dos trabalhadores em todo o mundo, em especial em países latino-americanos como a Venezuela, a Bolívia, o Equador e o Paraguai, que lutam contra o imperialismo e oligarquias locais. E recordou as lutas de maio de 1968.

“Há 40 anos, aqui nessa praça, a ditadura militar tentou promover uma farsa política para dizer que defendia os trabalhadores. E nós, juntos, tocamos os pelegos e o governador Abreu Sodré pra correr. Colocamos fogo no palanque deles! Esta luta tem que nos inspirar todos os dias, rumo a uma sociedade mais justa, igualitária e socialista”, afirmou Ivan Valente.

O presidente estadual do Partido Socialismo e Liberdade, Miguel Carvalho, e centenas de militantes do PSOL também participaram da manifestação. O ato, que contou ainda com a apresentação de artistas populares e de grupos como o Espaço Cultural Carlos Mariguella, foi encerrado com uma marcha pelo centro da cidade, que terminou em frente à Prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá.

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